
Neste espetáculo, Miguel Maia apresenta uma deturpada versão de O pato selvagem, de Henrik Ibsen.
Nesta adaptação livre, trabalha-se no limbo entre a presença física do ator, inerente ao teatro, e a vertigem das imagens, presentes em todas as esferas da experiência humana. Ibsen, um dos pais do naturalismo no teatro, que procurava mostrar em palco as coisas tal como elas eram, perseguia uma certa ideia de verosimilhança, mantendo um grande fulgor simbólico.
Como nos relacionamos hoje com a busca pela verdade, num contexto de espectadores-encenadores, agarrados aos seus avatares hiperbólicos em redes como o TikTok, ou em cenários infinitos de um metaverso qualquer?
Se antes procurávamos a verdade no palco, agora procuramos o quê?
Em 1 Pato Selvagem trabalha-se a relação da imagem com o ato da presença do intérprete em palco e a relação disso com a ideia de realidade. Alimentando-se da tensão histórica entre a fotografia e o cinema e deste com o teatro, o espetáculo usará o seminal texto de Ibsen, cruzando o seu potencial simbólico com a força expressiva dos posts em redes sociais como o Tik Tok™.
O espetáculo conta com quatro intérpretes em palco, com uma disposição cénica que, refletindo o cruzamento do clássico de Ibsen com uma abordagem contemporânea contaminada pela imagem, mistura elementos figurativos e abstratos enquadrados por uma ou mais telas onde decorre, sob a forma de imagens, parte da ação. Num jogo constante entre a exacerbação de detalhes e elipses dramatúrgicas frequentes, acompanhadas por uma outra ação que decorre no ecrã, a história do destino do pato selvagem é assim desmembrada para ressurgir ressignificada.
O drama é exposto para que possamos nós próprios questionar de que forma gostamos de nos sentir ligados a uma história - se através da sua crua verosimilhança com a realidade, ou ao invés da sua capacidade de ser artificialmente representada, exagerada e amplificada como são exemplo as histórias e avatares que populam as nossas redes sociais.

Ficha Artística e Técnica
criação | Miguel Maia
a partir de "O Pato Selvagem" de Henrik Ibsen, tradução de Gil Costa Santos e Ragnhild Marthine Bø
interpretação | Cirila Bossuet, João Cachola, Sandra Pereira, Tiago Bôto
apoio à criação | Laura Morais da Silva
vídeo | Mário Melo Costa
cenografia e adereços | Nuno Tomaz
figurinos | Rita Rosa
caracterização | Rita Pico
desenho de luz | Manuel Abrantes
ambiente sonoro | Miguel Raposo Lima
montagens cenografia | João Bicho, João Natário, Décor Galamba
estagiário assistência encenação | Rodrigo Esteves
fotografia e design | Sónia Godinho
direção de produção | Inês Achando
produção executiva| Beatriz Sousa
assessoria de imprensa | this is ground control
agradecimentos
Miguel Castro Caldas, Gil Costa Santos, Stephane Alberto, David Paredes
Apresentações
Teatro Ibérico
de 4 a 7 de abril 2024
QUINTA A SÁBADO - 21h
DOMINGO - 16h
CLASS.ETÁRIA: M/14
DURAÇÃO: 1h30
Os Novos Reais
UMA CONVERSA ABERTA
AO PÚBLICO
A 25 de novembro inaugurámos uma conversa que se prolongará até à estreia da próxima criação de Miguel Maia, em abril de 2024 no Teatro Ibérico.
Juntámos público e equipa e com a participação especial de Miguel Castro Caldas, discutimos o que nos move para criar este espetáculo.
TEATRO IBÉRICO
25 nov. 2023 | 16h
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